Ensaio | Levámos o Mazda CX-60 até à Serra da Freita
Ele é sofisticado, ele é requintado, ele é o primeiro SUV híbrido plug-in da Mazda. Conduzimos o grande CX-60 por estradas apertadas. Será que é demais ou cabe na perfeição?

O Mazda CX-60 é o primeiro modelo híbrido plug-in da marca e promete oferecer tudo em termos de potência, autonomia e economia de combustível. O PHEV que conduzimos recorre a uma mecânica que junta um bloco a gasolina de injeção direta Skyactiv-G 2.5 com um motor elétrico de 100 kW e uma bateria de 355 V e 17.8 kWh.
O nível de equipamento corresponde ao Homura com os seguintes packs: Comfort Pack; Conveniente & Sound Pack; Drive Assistance Pack e Panoramic Sunroof Pack.
Agora sim, estamos com as expectativas no lugar certo.
1.68m de altura de pura tentação
Os 4.74m de comprimento, 1.89m de largura e os tais 1.68m de altura pintados de um vermelho fazem com que o CX-60 ganhe vida. A pintura chama-se Soul Red Crystal e percebe-se. É alma que este PHEV ganha.
A grelha frontal é dos elementos que mais se destacam. Proporcional ao tamanho do veículo, a grelha possui uma altura mais acentuada do que noutros modelos da marca. A asa de assinatura aumenta o visual imponente da dianteira. Esta é, definitivamente, uma frente “em grande”.
Destaque também para os faróis que, pela primeira vez, apresentam lâmpadas alinhadas verticalmente e uma assinatura de iluminação em forma de “L”.
A lateral e a traseira acompanham o visual e a estética da dianteira. No geral, este é um design exterior muito elegante, imponente e que faz virar muitas cabeças e soar uns quantos “Mas que carrão”.
O Mazda CX-60 pode ser equipado com jantes de liga leve de 18 ou 20 polegadas.
O interior. Qualidade condizente
Depois de nos iludir com um exterior tão grandioso e elegante, seria muito possível deixarmo-nos desiludir com o interior. Isto porque não podemos ter tudo, não é verdade? Mais ou menos.
O interior do CX-60 apresenta um design com linhas contínuas que atravessam as saídas de ar laterais e dão uma ênfase extra à amplitude do habitáculo. A escolha e qualidade dos materiais merece destaque e oferece um conforto a bordo acima da média. Com certeza de que conforto e espaço são características das quais o CX-60 orgulhar-se de representar.
A posição de condução é alta mas bastante ergonómica, permitindo uma elevada visibilidade.
A tecnologia a bordo faz-se sentir pela presença de, por exemplo, três ecrãs de instrumentos principais: um painel completo TFT-LCD para o condutor, um head-up display e um ecrã central de infoentretenimento de 12.3 polegadas.
Nestas três áreas tecnológicas, o condutor e os restantes passageiros têm acesso às informações essenciais à viagem mas também a outros elementos personalizáveis. O layout do sistema de infoentretenimento não é o mais moderno que existe e apresenta um tamanho de letra proporcional ao tamanho da viatura, o que até pode dar jeito aos condutores com uma certa… miopia.
Gostos pessoais à parte, o interior do CX-60 responde com excelência às necessidades e desejos da maioria dos condutores.
Pensar num CX-60 é imaginá-lo a circular numa cidade, a ser conduzido por grandes e boas estradas com paisagens modernas. Bem, decidi pegar neste grandalhão da cidade e levá-lo para estradas sinuosas, estreitas mas com uma paisagem fenomenal. Vamos conduzir até à Serra da Freita.
Antes demais, devo dizer que eu sei que o Mazda CX-60 possui um modo Off-road para uma condução em terrenos acidentados. Mas… não acredito que o proprietário deste modelo vá desbravar caminhos com ele. Afinal de contas, são quase 66 mil euros e um aspeto demasiado elegante para ser camuflado de lama.
Nesta minha ida à Serra da Freita quis testar a praticidade e agilidade deste SUV e, por isso, lá fui eu serra acima, curva contra curva. Confesso que esta subida foi facilitada pela potência combinada de 327 cv e o binário máximo de 500 Nm que este SUV oferece. Também de destacar é a suspensão e também os pneus que trabalham na perfeição e tornam a viagem em estradas exigentes bem mais confortável.
Nem mesmo as grandes dimensões deste SUV prejudicaram as manobras quer de viragem nas curvas, quer de estacionamento. O CX-60 é bastante responsivo e ágil. Agora… quando a estrada fica estreita o melhor é acelerar enquanto não vem ninguém porque não há espaço para outro carro a não ser este SUV.
Se na subida vimos os supostos 63 km de autonomia elétrica irem à vida, na descida conseguimos recuperar alguma autonomia ao pressionar um botão específico para esse efeito. Ainda assim, deixo o lembrete de que os híbridos plug-in são para carregar! Não deixem de o fazer ou estarão a poluir ainda mais o ambiente e a despender de mais dinheiro.
A viagem foi feita até ao topo em modo normal mas não deixamos de experimentar o modo Sport que deixa o pedal consideravelmente mais sensível. Não nos esqueçamos que este SUV atinge os 100km/h em apenas 5.8 segundos. Mas calma… a viagem é feita para ser saboreada e com um teto panorâmico deste tamanho sabe mesmo bem deixarmo-nos envolver pela paisagem.
Os 570 litros de capacidade da bagageira estão prontos para trazer muita bagagem para casa.
Pois é, o CX-60 é a prova que não devemos julgar o livro pela capa e que o tamanho não quer mesmo dizer nada.
Diferente e ousado. O que o impede de o comprar?
O Mazda CX-60 é uma opção a considerar para quem aprecia um verdadeiro SUV. Capaz de preencher requisitos em tamanho e medida, este PHEV é muito bom para quem procura um carro de família ou um companheiro para a vida.
O fator que os interessados mais apontam como impedimento da compra é o preço e contra isso não há nada que possa argumentar. O modelo que ensaiei tem um PVP de 65 880,18€. Porém, a considerar o aumento dos preços da maioria das viaturas novas e a qualidade da viatura em questão não me parece um valor descabido.